A sustentabilidade rentável ou tornar a sustentabilidade rentável é uma realidade. Embora no passado ser sustentável significasse sacrificar a rentabilidade, a verdade é que hoje se descobriu que ser sustentável pode até ajudar a melhorar os números de lucro de uma empresa.
No caso da agricultura, um dos líderes mundiais, a Bayer, afirmou-o ao apresentar a sua nova estratégia como empresa no encontro realizado em meados de 2023 em Nova Iorque, Estados Unidos.
Esta estratégia da empresa germano-americana centra-se no paradigma da agricultura regenerativa, que pretende duplicar o abastecimento alimentar mundial até 2050 e reduzir o impacto ambiental da produção alimentar em 30% até 2030.
É por isso que a inovação e a sustentabilidade no sector serão a chave para alcançar a segurança alimentar, reconstruir o ambiente e, ao mesmo tempo, ser rentável.
Em que se está inovando?
O desenvolvimento do trigo híbrido, do milho mais curto ou da semeadura direta do arroz, onde se economiza 25% de água são algumas das ideias em que a Bayer participa direta ou indiretamente.
Ao mesmo tempo, as sementes geneticamente intervencionadas, que encurtam o tempo de reprodução das plantas de seis anos para quatro meses, representam um enorme avanço no fornecimento de produtos e, ao mesmo tempo, na redução do consumo.
Fala-se também em variedades de soja tolerantes a insetos e herbicidas capazes de atacar diversos problemas nas lavouras, essas são algumas das inovações que a Bayer diz que deve focar nos próximos anos.
É isso mesmo, estes avanços no mundo agrícola, que implicam uma mudança radical e histórica no melhoramento das plantas, foram anunciados pela Bayer no seu encontro global sobre inovação agrícola.
Mas há mais, muito mais… Foi também anunciado o esforço para melhorar a produtividade e a sustentabilidade da produção de biocombustíveis. Em conjunto com a CoverCress, é realizada a gestão das vendas dos óleos extraídos para a fabricação deste tipo de combustível, o que contribui para posicionar a Bayer como um fornecedor líder que ajuda a eliminar o carbono da atmosfera, ajudando também a reduzir as emissões ambientais; sempre pensando em ser lucrativo também. Como dissemos no início, hoje a sustentabilidade também é negócio.
Da empresa de aspirinas, dizem estar convencidos de que a semeadura direta, tolerante a herbicidas e com cobertura, poderia ajudar a melhorar a saúde do solo, reduzindo a erosão e minimizando as emissões de carbono. Por isso, sustentam que haveria novas fontes de rendimento para os produtores ao estarem alinhados com os mercados de carbono, como já acontece nos Estados Unidos.
Além do acima exposto, avançar ainda mais na agricultura de precisão maximizará a sustentabilidade e a produtividade. Neste sentido, a plataforma agrícola digital da Bayer, Climate FieldView, com mais de 80 milhões de hectares de cultivos no mundo, tem apoiado a implementação de soluções inovadoras, desde a sementeira até à colheita, para sermos mais produtivos e sustentáveis.
Executivos otimistas
Os executivos de todo o setor veem tudo isso com otimismo e alegria, uma vez que o progresso foi feito muito rapidamente na inovação lucrativa. “Há 30 anos, em um ano de má colheita em meu campo no Brasil, meu avô disse que isso acabaria com o desenvolvimento da tecnologia e é isso que está acontecendo”, disse Rodrigo Santos, presidente global da divisão Ciência dos Cultivos da Bayer durante o evento na Nova Iorque.
O desenvolvimento da ciência no mundo agrícola tem tomado grande velocidade, como exemplo disso, em 2014 o Prêmio Nobel da Química foi atribuído a Eric Betzig, William Moerner e Stefan Hell pelo desenvolvimento da microscopia fluorescente de super-resolução, o que ajudou, entre outras coisas, para identificar a estrutura completa de uma proteína. “Hoje já são conhecidas as estruturas tridimensionais de 210 milhões de proteínas”, argumentou Mathias Berninger, vice-presidente de Relações Públicas, Ciência e Sustentabilidade da Bayer, durante o encontro.
Este tipo de avanços entusiasma todo o setor, razão pela qual a Bayer admite que utilizará plataformas de melhoramento genético, biotecnologia, química, biologia e ciência de dados para promover o desenvolvimento de tais avanços em benefício da agricultura e da indústria alimentar.
A velocidade dos avanços renovou a estratégia da Bayer, onde pensaram em apoiar tecnologias como a Inteligência Artificial e a Internet das Coisas, que busca promover o progresso em sementes mais tolerantes, melhores produtos fitossanitários e o desenvolvimento de tecnologias digitais que contribuam para melhorar o ambiente, promovendo a sustentabilidade lucrativa da agricultura.
Daí nasceram, por exemplo, ferramentas como o FieldView, que surge em aliança com a Microsoft, utilizando o Microsoft Azure Data Manager. Graças a isso, os produtores podem tomar melhores decisões, com base nos dados fornecidos pela Bayer AgPowered Services.
Nesse sentido, a Bayer tem outra ferramenta que vai atrás da sustentabilidade rentável e é o Programa Carbono, o ForGround, uma plataforma de agricultura regenerativa. Esta iniciativa paga pela adoção de culturas de cobertura e práticas de cultivo reduzido.
A Bayer executa esta iniciativa com o apoio de uma equipe permanente de agrônomos, que ajudarão a tornar as práticas regenerativas bem-sucedidas. Os agricultores poderão saber antecipadamente quanto podem ganhar por cada acre, o que equivale a aproximadamente a meia hectare. “Se os créditos de carbono aumentarem, as recompensas aumentarão”, afirma o site oficial do ForGround. Assim, além de obter lucros, promove-se um solo mais saudável e resiliente para novos cultivos. Do setor, espera-se agregar mais de US$ 100 bilhões em mercados relacionados à agricultura, dobrando o valor atual. A Bayer aplicaria alterações a 161 milhões de hectares nos cinco continentes; lembrando que eles possuem 30% da participação no mercado global.
Iniciativas sustentáveis de Bayer
- ForGround
- AGPowered Services
- Climate FieldView
- Programa PRO Carbono Commodities
- Bayer Forward Farming
- Solos Vivos das Américas
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